terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Câncer x açúcar



          Mais um paradigma e que realmente me interessa, pois em minha família há diversos tipos de câncer e por isso tento levar uma vida o mais natural possível com escorregões ainda...

          http://www.youtube.com/watch?v=dHng1zcuDJI


           Após algumas pesquisas encontrei esse vídeo e achei bem interessante, ele mostra que pacientes com câncer em geral recebem a indicação de uma dieta cetogênica e o sucesso que ela ocasiona. Muitas pessoas com pré disposição genética também são indicadas a realizá-la. como tantos outros posts em meu blog esse é um assunto bem divergente entre o meio da nutrição e da medicina. Mas ao meu ver acredito ser uma solução. Pois o câncer se alimenta da glicose, e em um corpo cetônico ele não teria o que comer. Vamos abordar assuntos relacionados ao açúcar na dieta....
 
 
          A secreção de insulina é completamente controlável - a abordagem "Low Carb".
          Não temos controle sobre os genes com os quais nascemos, mas podemos ter controle total sobre a quantidade de insulina que secretamos. Como isso é possível?
Como já vimos, o estímulo primário para a secreção de insulina é o aumento da glicose no sangue. Os carboidratos da dieta, após a digestão, são absorvidos na forma de açúcares simples, e de uma forma geral acabam todos produzindo o aumento da glicose no sangue e portanto da insulina.
          Mas os carboidratos não nascem todos iguais. O efeito dos carboidratos sobre a insulina serão tanto maiores quanto mais rapidamente forem digeridos e absorvidos. Assim, por exemplo, as fibras vegetais, embora tecnicamente sejam classificadas como carboidratos, não são digeríveis, e portanto não alteram a glicose ou a insulina de forma significativa.
Os seguintes alimentos elevam a glicose (e a insulina) rapidamente (diz-se que tem "alto índice glicêmico"): açúcar (doces), qualquer coisa feita com farinha (pão, biscoitos, massas), cereais, carboidratos líquidos (refrigerente comum, sucos de fruta, cerveja) e amidos (batata, arroz, milho, aveia).
          É importante ressaltar que os amidos (presentes no trigo, batata e arroz, por exemplo), embora não sejam doces ao paladar, são compostos por moléculas de açúcar. Para deixar bem claro: do ponto de vista de açúcar no sangue e insulina, comer 1 pãozinho de 50 gramas ou 50 gramas de glicose pura não tem nenhuma diferença.
          Estes alimentos são as calorias mais baratas que existem. Agora, com este novo paradigma, paradoxos deixam de ser paradoxos. Por exemplo, este é o motivo pelo qua a obesidade está associada à pobreza e não à fartura.
          Estudos mostram que os carboidratos estimulam a mesma "área da recompensa" no cérebro que é estimulada pelas drogas ilícitas e pela nicotina do cigarro. Adicione-se a isso o fato de que pessoas com insulina constantemente elevada não tem como acessar a sua gordura para usá-la como energia.    Assim, quando a glicose do sangue se esgota, surge o desejo itenso de consumir mais calorias, e preferencialmente carboidratos. É um ciclo vicioso perfeito: os alimentos que nos engordam provocam o desejo de consumir mais alimentos que nos engordam.

          Minha nutricionista falou que PRECISO dos carbs , pois sem eles meu cérebro pararia de funcionar.......0.o isso já começou me desestimulando....pois já fiquei 3 meses com carbs por volta de 20 grs e não tive nenhuma perda de memória. Tá mas vamos a mais uma explicação....

O cérebro não precisa de glicose? O jejum mais longo da história : http://lowcarb-paleo.blogspot.com.br/2013/01/o-cerebro-nao-precisa-de-glicose-o.html
          Um leitor me perguntou sobre a questão da glicose e do cérebro. Acontece que muitos nutricionistas explicam que a dieta low carb prejudica o funcionamento do cérebro, já que o cérebro funciona exclusivamente à base de glicose. Mais do que isso, explicam que é necessário consumir no mínimo 120 gramas de carboidratos (cerca de 500 calorias) por dia, pois o cérebro consome cerca de 20% de toda a energia do corpo - e só na forma de glicose.
 
          Esta questão é fascinante por vários motivos. O principal, ao meu ver, é expor o quão primitivo e rasteiro é o pensamento "científico" destas pessoas. Vejamos primeiro alguns fatos:
  • A glicose normal no sangue varia de 70 a 100 mg/dl
  • Valores abaixo de 70 são considerados hipoglicemia
  • Valores abaixo de 50 costumam estar associados com sintomas (confusão mental, tremores, convulsões)
  • Valores abaixo de 10 podem provocar coma e morte
  • Com poucos minutos sem glicose no sangue, uma pessoa entre em coma.
Ok, de fato parece que o cérebro depende de glicose para viver. Mas então, você observa o seguinte:
  • Populações como os Esquimós e os Masai têm uma dieta com praticamente zero carboidratos, e gozam de perfeita saúde, e grande acuidade mental;
  • Este que lhes escreve passa a maior parte do tempo com consumo de carboidratos abaixo de 30g por dia; ainda assim, milagrosamente ainda consegue raciocinar e escrever estas linhas.
          Então, como deveria proceder qualquer pessoa com meia-dúzia de neurônios, mas com pouco ou nenhum conhecimento de bioquímica? SIMPLES: "minhas teorias sobre o cérebro dizem que ele depende de carboidratos; os esquimós, o Dr. Souto e seus leitores não consomem carboidratos; no entanto, eles não estão em coma; portanto, minhas teorias estão NECESSARIAMENTE erradas ou incompletas. Vou estudar um pouco e comer menos carbs para tentar curar minha ignorância."
 
          Mas não é o que se vê. O que se vê na comunidade da nutrição e na comunidade médica é o seguinte: "minhas teorias sobre o cérebro dizem que ele depende de carboidratos; os esquimós, o Dr. Souto e seus leitores não consomem carboidratos. MAS ELES TÊM QUE CONSUMIR! Meu professor na faculdade disse que era assim. Então, o Dr. Souto está mentindo e os Esquimós não existem, pois minha teoria está certa e simples fatos não irão mudar isso".

           Vocês percebem? Não é necessário saber o COMO e o PORQUÊ os carboidratos são desnecessários na dieta - o simples fato de saber que muitas pessoas (além, é claro, da totalidade dos nossos antepassados) passam a maior parte da vida sem consumir nenhum carboidrato e sobrevivem já PROVA que os carbs são desnecessários. A verdadeira ciência consiste em buscar as teorias que melhor expliquem os fatos, e não os fatos que corroborem nossas teorias pré-concebidas.

            Mas eu não vou deixá-los em suspense. Eis o que permite que eu lhes escreva este artigo (e permaneça vivo!) sem ter comido carboidratos:
  • O cérebro efetivamente precisa de glicose, MAS ninguém disse que esta glicose precisa vir da comida;
  • Se nossos antepassados precisassem comer carboidratos a espécie humana estaria extinta, pois, como vocês sabem, os carboidratos eram escassos no paleolítico;
  • Assim, o simples fato de estarmos aqui hoje já indica que nosso corpo é capaz de sintetizar glicose a partir de outros macronutrientes;
  • Como já referi em outras partes do blog, existem aminoácidos essenciais e gorduras essenciais, mas não existe NENHUM carboidrato essencial - ou seja, trata-se de um nutriente COMPLETAMENTE opcional na dieta humana. E por quê? Porque senão teríamos sido extintos há 2 milhões de anos. Deu para entender a lógica circular?
  • Nosso fígado é capaz de fabricar 200g de glicose por dia, mais do que os 120 que o cérebro precisa.
  • Além disso, quando passamos a utilizar gordura como fonte de energia (capacidade esta que temos, caso contrário eu, os esquimós e nossos antepassados morreríamos), produzimos corpos cetônicos.
  • Os ácidos graxos (gorduras) não podem chegar diretamente ao cérebro, pois são moléculas grandes, mas os corpos cetônicos podem. Os neurônios podem metabolizar perfeitamente os corpos cetônicos. Aliás, há estudos in vitro que mostram que o combustível preferido dos neurônios são os corpos cetônicos, e não a glicose.
  • Em pessoas ceto-adaptadas (que estão acostumados a queimar gordura para energia), o cérebro deriva apenas metade de sua energia na forma de glicose - o restante vem de corpos cetônicos.
Eu poderia encerrar aqui, mas eu quero colocar o último prego nessa questão

Você sabe qual o recorde de jejum? Qual o jejum mais longo jamais registrado?

382 dias

Isso mesmo, 382 dias sem comer nada. Foi registrado no Guinness de 1971, e está minuciosamente relatado em um artigo médico publicado em 1973. Olhem que coisa fantástica:


Tratava-se de um paciente de 27 pesando 207 Kg que apresentou-se ao médico (Dr. Stewart, na Escócia) no final da década de 1960 para emagrecer. A ideia original era conduzir um jejum de alguns dias, sob supervisão médica, mas como o paciente adaptou-se incrivelmente bem ao jejum, o experimento foi prolongado. O paciente consumia líquidos não calóricos à vontade, e multivitamínicos e eletrólitos. No início, ele permaneceu internado, mas depois apenas fazia visitas ambulatoriais. 

Em 382 dias, houve uma perda de 125 Kg (média de 325g por dia), culminado em um peso final de 81 Kg. Cinco anos após o jejum, o paciente ainda mantinha um peso de 88 Kg.



Bem, este paciente não apenas ficou MAIS DE UM ANO sem comer carboidratos, ele ficou 382 dias sem comer NADA. E o cérebro?? Os nutricionistas não afirmam que você precisa comer 6 servidas diárias de pães, massas, bolos, cereais, arroz, batata, caso contrário seu cérebro não terá energia? Pois é...

Este é o gráfico da variação da glicose durante os 382 dias. E sim, você não está vendo errado: durante os últimos 8 meses, a glicose do paciente permaneceu perto ou abaixo de 30 mg/dl. E ele estava muito bem, vinha e voltava da consulta a pé. Não tremia, não passava mal, não estava em coma. Como é possível?? Bom, já sabíamos que era possível, se não nós não estaríamos aqui - nossos antepassados passavam por períodos de jejum, e sobreviviam graças aos corpos cetônicos - ou vocês realmente acham que os homens das cavernas faziam uma refeição (de carbs) a cada 3 horas?


 
Olhe de novo o gráfico e LEMBRE: o cérebro consegue viver com um mínimo de glicose, quando pode usar corpos cetônicos em seu lugar. Olhe de novo e LEMBRE de novo: o cérebro NÃO depende exclusivamente de glicose - precisa apenas de um pouco, e fígado pode produzir MUITO mais que esta necessidade. No mundo atual, uma pessoa que passou a vida inteira comendo carboidratos de 3/3 horas atrofiou sua capacidade de usar gordura como combustível. Assim, se ficar umas horas sem comer, desmaia. Mas isto é um estado doentio que só existe na nossa sociedade doentia. Seres humanos saudáveis e ceto-adaptados (adaptados e consumir gordura e corpos cetônicos como fonte de energia) toleram a ausência de açúcar e períodos de jejum como QUALQUER outro animal.

Infelizmente, a maioria dos médicos e nutricionistas têm uma inabalável nos errôneos e dogmáticos conhecimentos que aprenderam sobre nutrição. E a palavra é essa: . E, como dizia Carl Sagan: 

"Não é possível convencer um crente de coisa alguma, pois suas crenças não se baseiam em evidências; baseiam-se numa profunda necessidade de acreditar."

          Ou seja, já aprendemos que o açúcar é um vilão; sua ligação com o câncer ainda é discutida, mas isso já é o início, agora vem outra questão:

Pensando nisso tudo como ficariam as frutas??? essa é minha maior dúvida. Para visão paleo dependeria de seu objetivo... Vamos a explicação: http://lowcarb-paleo.blogspot.com.br/2012/01/quais-frutas-comer-e-em-que-quantidade.html
 
Quais frutas comer, e em que quantidade?
 
Carnes (de qualquer tipo) e hortaliças podem ser consumidas em qualquer quantidade, de acordo com a fome. Mas e as frutas? Resulta que o assunto frutas é mais complexo do que parece à primeira vista. E os autores divergem em suas recomendações. O Dr Loren Cordain, por exemplo, recomenda consumir frutas à vontade, pois são saudáveis, ricas em nutrientes, e dificimente seriam consumidas além da conta. O Dr. Atkins eliminava completamente as frutas das fases iniciais de sua dieta. Robb Wolf considera as frutas como as "guloseimas da natureza", que devem ser consumidas em pequenas quantidades, e de forma esporádica. Como conciliar estas opiniões? Afinal, nossos antepassados paleolíticos não consumiam frutas? Bem, vamos abordar estas questões uma a uma.
  1. As frutas do paleolítico não são as mesmas de hoje. A humanidade, por milhares de anos, selecionou, através de cruzamentos seletivos e outras técnicas, as frutas com maior quantidade de açúcar e, portanto, mais saborosas. Basta comparar frutas silvestres com as variedades cultivadas, e você verá imediatamente que as frutas silvestres são muito menos doces, menores e mais ácidas. E, não por acaso, muito mais ricas em nutrientes. Nunca subestime o poder dos cruzamentos seletivos induzidos pelo ser humano. Lembre-se de que o mesmo processo permitiu ao ser humano criar um poodle a partir de um lobo em poucos séculos. Uma laranja de umbigo está para uma fruta silvestre assim como um poodle está para um lobo.
  2. As frutas do paleolítico não estavam disponíveis em grande quantidade, e no ano inteiro. Às vezes nos esquecemos, mas não havia pomares nem mercados no paleolítico. As pessoas consumiam algumas frutas silvestres, e não 3 potes cheios de salada de frutas (modernas e doces). E o faziam apenas quando encontravam uma árvore frutífera. E o faziam apenas na época em que havia frutas. Sim, pois temos de lembrar que não havia frigoríficos no paleolítico, de modo que as pessoas consumiam frutas frescas de forma sazonal, e não todos os dias, o ano inteiro.
  3. As frutas não são todas iguais. Há frutas com grande quantidade de açúcar e pouca fibra, e há frutas muito nutritivas e com baixo índice glicêmico.
  4. As pessoas não são todas iguais. Há pessoas diabéticas, que precisam evitar o açúcar. Há pessoas que precisam perder muito peso ou que tem dificuldade para perder peso, para as quais alimentos que elevam a insulina (é o caso de algumas frutas muito doces) serão contraproducentes. Há outros pacientes que desejam fazer uma dieta paleolítica apenas para melhorar a sua saúde e bem estar, mas que não precisam perder muito peso e para as quais não há necessidade de restringir nenhuma fruta.

Confuso?? Sim, é realmente um assunto complexo. Vamos tentar simplificar ao máximo, com as seguintes regras gerais:

- Se você não precisa perder peso, e apenas quer melhorar sua saúde com a dieta páleo: consumir frutas à vontade (juntamente com carnes, ovos e hortaliças).
 
- Se você precisa perder peso ou já tem resistência à insulina (glicose no sangue já se alterando, mas ainda sem diabetes), consumir frutas com moderação, sabendo-se que as seguintes frutas são as que menos alteram a glicose e a insulina:  Morangos, Mirtilo (blueberry), framboesas, amoras, pitangas são as frutas que menos contém açúcar
  • Ameixas, melão, pêssegos e nectarinas, laranjas, bergamotas, maçãs, peras e papaya contém níveis moderados de açúcar. E nesta ordem (ameixas e melão contém menos açúcar)

- As seguintes frutas contém muito açúcar, devendo ser consumidas em pequenas porções, ou por pessoas que tolerem uma quantidade maior de carboidratos: bananas, figos, uvas, manga, abacaxi e melancia. Mas lembre-se, é tudo uma questão quantidade. Uma bergamota ou um pedaço de mamão (ao invés de uma metade inteira) terá pouco impacto. Já uma única banana, por exemplo, contém cerca de 24g de açúcar.
Na minha opinião, as frutas vencedoras são os morangos. Saborosos, nutritivos, disponíveis. Para consumir a quantidade de açúcar de uma banana, você precisaria comer 25 morangos! E a carga de nutrientes seria muito maior. Uma sobremesa deliciosa (que embora não seja páleo, é de baixo carboidrato) são frutas vermelhas com nata doce (adoçada com adoçante, evidentemente; sugiro sucralose).
Ameixas e pêssegos são boas opções para sobremesas. Estou falando das frutas naturais, e não de conservas ou ameixas secas.

Frutas não são bons lanches. Pelo mesmo motivo que você não deve beber de estômago vazio (o álcool é absorvido mais rapidamente), você não deve comer frutas de estômago vazio (o açúcar no sangue vai subir mais rapidamente, e você vai ficar com FOME 1 ou 2 horas depois, quando o açúcar no sangue baixar). Lanche low carb é feito de proteína e gordura (queijo, presunto, salame, etc.).

Não poderia deixar ainda de mencionar as frutas virtualmente SEM açúcar: abacate e coco. Um abacate inteiro tem o açúcar de 2 ou 3 morangos. Você pode raspar o interior de um abacate, colocar num xícara com um pouco de limão e umas gotas de adoçante (sucralose) e está feita a sobremesa/lanche. O mesmo vale para o coco. Tome cuidado para comprar coco ralado não adoçado! Você pode misturar com leite de coco, adoçar com sucralose, e você terá uma cocada low carb.
 
          Apesar de ainda não ter uma opinião totalmente formada sobre o açúcar e usar de vez em quando um mel ( hum....) venho diminuindo cada vez mais de minha dieta alimentos com alto índice glicêmico e também outros que são anti-nutrientes ( como o feijão).
 
Bjs e continue buscando seu equilíbrio, o melhor caminho para nós sempre é o imposto pela grande maioria.
         


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